Os Ferreira Gomes não se filiaram ao Pros pela mais remota afinidade com o que o partido recém-criado é.
O que determinou o ingresso do clã no partido foram as conveniências quanto a não representar risco de perda de mandato aos novos integrantes por infidelidade partidária, além de mais se adequar às ambições do grupo fora do Ceará.
É uma sigla sem nomes de expressão nacional na cúpula capaz de se equiparar a Ciro e Cid Gomes. Não há um líder forte, como Roberto Freire no PPS e Eduardo Campos no PSB - para citar as duas últimas siglas da família, ambos dirigentes com os quais bateram de frente.
Enxergaram, pois, espaço mais livre para crescerem. Sempre que têm oportunidade, Cid e Ciro enfatizam a divergência com a principal proposta da legenda - a redução de impostos.
Para além de questões programáticas - evidentemente secundárias - têm havido desencontros entre alguns encaminhamentos nacionais e o comando estadual.
O grupo cearense saiu do PSB principalmente para apoiar Dilma Rousseff e condicionou a escolha da nova legenda a esse alinhamento. Há algumas semanas, porém, a bancada federal ensaiou aderir ao efêmero bloquinho rebelde que se montou na Câmara.
Alguns setores, caso do Rio de Janeiro, engraçam-se justamente para os lados do PSB de Campos. A fala do vice-presidente nacional do Pros, senador Ataídes Oliveira (TO), que defendeu o apoio a Eunício no O POVO de ontem, é mais um episódio desse enredo que só começa.
Como sempre foi na trajetória dos Ferreira Gomes, a despeito de desavenças nacionais, ninguém se mete no terreiro deles no âmbito local. Contudo, vale estar atento aos desdobramentos. Após a eleição, há o prenúncio de uma batalha pelo controle da legenda.Érico Firmo/OPOVO
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