Duas manifestações de estudantes terminaram em conflito com policiais e guardas municipais, ontem, no Terminal de Messejana e ruas do entorno.
Alunos de escolas públicas - a maioria fardada - bloquearam os portões de entrada e saída dos coletivos, pedindo a entrega das carteiras estudantis.
Para dispersar o movimento, policiais do Comando Tático Motorizado (Cotam) utilizaram spray de pimenta, balas de borracha e bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio. Foram atingidos manifestantes (um deles teve o dedo do pé decepado), usuários de ônibus e transeuntes.
As ações aconteceram pela manhã (por volta das 10 horas) e tarde (às 16 horas). A sequência de acontecimentos foi similar nos dois horários. Ao chegarem no terminal, os estudantes bloqueavam a passagem dos coletivos, os guardas municipais impediam a entrada no equipamento e, minutos depois, o Cotam chegava e dispersava a multidão.
À tarde, a manifestação reunia cerca de 80 alunos, que chegaram ao terminal pela avenida Jornalista Thomas Coelho e bloquearam os dois acessos. De um lado, os estudantes gritavam palavras de ordem, pedindo pela liberação das carteirinhas e rechaçando o poder público.
Do outro, guardas municipais ordenavam a não ultrapassagem da entrada. Com a chegada do Cotam, cerca de 30 minutos depois, e o uso das chamadas “munições de base controlada”, o bloqueio foi desfeito. Começava então a correria dentro do terminal e o clima de guerra entre manifestantes e policiais.
A ação policial continuou fora do terminal, chegando até à praça central de Messejana. Com o conflito, que exibia pedras lançadas ao ar e balas de borracha atiradas no meio da rua, idosos choravam, mães corriam com seus filhos e transeuntes tentavam entender o que acontecia.
“Nós saímos da escola em grupo justamente porque sabíamos que estava perigoso aqui. Um policial olhou para mim e mandou eu correr. Quase levei um tiro”, contou Wendel Barbosa, 14, aluno da escola Miguel Gurgel. O grupo se abrigou dentro da igreja até que as viaturas policiais deixassem o local. A movimentação nas ruas do entorno só teve fim por volta das 18 horas.
De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Militar, o Cotam foi solicitado para desobstruir a passagem de ônibus e nenhuma ilegalidade aconteceu durante a ação.
Hoje, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) divulgará medidas que garantam a meia passagem aos estudantes que não solicitaram a carteira. A média anual é de 500 mil carteiras solicitadas. Este ano, foram apenas 135 mil.
Este foi o primeiro ano em que a biometria facial foi exigida para confecção das carteiras de estudante. Antes, os alunos quase não participavam do processo de solicitação.
A instituição de ensino já enviava os dados de matrícula e a foto 3x4 para a Etufor. O processo atual tem três fases: solicitação, biometria e confirmação de matrícula.
Segundo a Etufor, 135 mil alunos passaram pelo processo completo, 118 mil apenas solicitaram e 32 mil fizeram somente a biometria.
Houve ainda outra mudança este ano: a carteira de 2013 não sofreu prorrogação de validade. O documento de 2012, por exemplo, foi válida até abril deste ano.o povo
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