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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

NA BRIGA COM O IRMÃO CID, CIRO SÓ ACUMULA DERROTAS

Por ipuemfoco   Postado  sexta-feira, janeiro 05, 2024   Sem Comentários


O aprofundamento de uma briga familiar ameaça a sobrevivência política de um dos nomes mais importantes da

cena brasileira — e, por tabela, desidrata um partido robusto que administra uma capital nordestina. 


O racha entre os irmãos Ciro e Cid Gomes, direta e indiretamente, está definindo os rumos das eleições municipais no Ceará e deve fortalecer estadual e nacionalmente o PT e o governo Luiz Inácio Lula da Silva


O PDT cearense, o atual partido dos dois, tenta sair da crise iniciada com a briga dos irmãos com menos avarias e em condições de enfrentar uma poderosa coalizão na eleição municipal deste ano.

• Ciro Gomes foi candidato a presidente em 2022, ficando em terceiro lugar obtendo apenas 3% dos votos – em 2018 angariou em torno de 12%, ficando na mesma posição.

• Cid Gomes, ex-governador do Ceará, atualmente é senador e desponta como uma figura predominante na política de seu estado, ao lado de aliados petistas, como o ministro da Educação, o ex-governador Camilo Santana, e o atual governador, Elmano de Freitas.

• Essa proximidade de Cid com os petistas é uma das origens do rompimento traumático entre os irmãos.

Integrantes da influente e poderosa família Ferreira Gomes, com base eleitoral em Sobral (CE), Ciro e Cid Gomes fortaleceram um grupo político que angariou o apoio de ao menos 300 lideranças políticas no Ceará, indo de governadores a vereadores, passando por líderes sindicais e de comunidades.

Passando por alguns partidos, os irmãos mostraram talento e alta capacidade de organização, conseguindo captar anseios de cunho progressista de parte expressiva do eleitorado cearense depois que se afastaram do grupo do ex-senador e ex-governador Tasso Jereissati (PSDB).

Pragmatismo

Enquanto Ciro era visto como o mentor intelectual e “teórico” do grupo político, Cid Gomes assumiu a função de operador, aquele que senta com os prefeitos e define o planejamento eleitoral e cotidiano.

“Cid foi para a linha de frente e se tornou o elo de ligação entre as várias instâncias políticas que dão sustentabilidade ao grupo. O pragmatismo é a sua principal característica”, explica o cientista político Cleyton Monte, da UFC (Universidade Federal do Ceará).

Ironicamente, foi o pragmatismo de Cid Gomes que fomentou o racha entre os irmãos. Em busca de visibilidade e de participação em futuros governos, Cid Gomes detectou a força política que o PT recuperou com a entrada de Lula na eleição de 2022.

Camilo Santana, ex-governador e então candidato ao Senado, estava fortalecido e seu apoio ao petista Elmano de Freitas para governar o Ceará seria determinante para o resultado final. Seria natural, então, se aproximar e apoiar o PT. Mas como equilibrar essa posição com o irmão candidato a presidente e antagonista de Lula? Como evitar a saia justa de não apoiar o candidato Roberto Claudio, do PDT, seu partido, ao governo do estado?

Ciro como candidato a presidente pregava a independência do PDT em todos os níveis e a formação de uma força-tarefa estadual para enfrentar o PT.

Não só não convenceu o irmão como perdeu o apoio de muitos prefeitos, vereadores e deputados estaduais, que se alinharam a Cid e, como este, pouco ou nada se empenharam na campanha presidencial de Ciro e na estadual de Claudio.

Um ano depois, o desempenho de Cid Gomes ampliou o isolamento do outrora líder nacional Ciro Gomes no estado ao aprofundar a relação com os petistas, em detrimento do “independentismo” do grupo de Ciro.

Em um movimento bem articulado, comunicou aos aliados neste começo de ano que está deixando o PDT em direção ao PSB, levando consigo pelo menos dez prefeitos e muitas lideranças políticas locais, isso depois de longo litígio judicial pelo comando do PDT estadual com lideranças que apoiam Ciro. Os quatro deputados federais “cidistas” do PDT, por enquanto, ficam no partido.

O movimento em direção ao PSB inviabiliza uma federação eleitoral com o PDT, que estava em negociação, e beneficia o PT, que sai fortalecido para impedir a reeleição de José Sarto (PDT), aliado de Ciro, em Fortaleza.

“Cid está cada vez mais forte com esse movimento, mostrando que o grupo de Ciro está fragilizado. A derrota de Sarto afetará a sobrevivência política e a relevância de Ciro”, avalia Cleyuton Melo.


Afastados desde o fim de 2022, Ciro e Cid se reencontraram no final de 2023 em uma reunião do PDT em Fortaleza. O encontro foi tenso, os dois bateram boca e Ciro chegou a falar em traição, como fez em 2022.

Foi uma das raras aparições públicas do ex-candidato a presidente, que manteve o silêncio fugindo de entrevistas. Abriu uma exceção no final do ano, quando revelou que se sente “sozinho e sem vontade de encarar novos pleitos eleitorais como candidato” à GloboNews. “Continuo na luta, mas de outras formas.”

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