Quem inventou a subserviência? Pergunta de difícil resposta porque temos que abrir o espectro do conhecimento para encontrar um caminho.
O velho chavão escravista “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, ainda é utilizado no século 21, em plena era da globalização midiática e, graças à internet, em tempo real.
Então, recuemos alguns anos, séculos para melhor entendermos o princípio que rege a subserviência. No tempo de Adão, Eva e Serpente havia restrições alimentares, não comam essa maçã do “pecado”.
O que provocou a ira de Deus, a maçã, a serpente, a desobediência? Pensemos de modo similar aos tempos da escravidão. O dono da fazenda de gado, senhor de engenho, de terras e de águas, dizia: não comam manga com leite que faz mal. E o reino da escravidão produziu homens famélicos e de vida útil, porém curta, porque manga sem leite é menos nutriente para um esforço descomunal realizado pelos escravos.
Mas os filhos dos donos do paraíso, das terras doadas pelo rei/imperador/presidente precisavam dos nutrientes produzidos pelas amas de leite, escravas que viviam na cozinha se empanturrando para ter bom leite. E esses filhos/as dos donos do mundo na terra, eram tratados com leite, maçã e aulas de francês e piano, até que pudessem ir à Europa, onde ganhariam diplomas de “civilizado”.
Os herdeiros da barbárie, mestiços e negros, índios e brancos pobres, entravam em escolas precárias para aprenderem leis e regras que só serviam para eles. E decoravam direitinho como servir aos donos das coisas. E ensinaram seus filhos a obedecerem e se espelharem nos possuidores para se desidentificarem com os possuídos.
Foi aí que surgiu a subserviência. O pobre que não se reconhece como pobre. O mestiço que não se reconhece como mestiço e o trabalhador que aceita ser explorado pelo patrão para não perder as sobras do banquete do poder.
Como deixar de ser subserviente? Estudar. Aprender. Conhecer. Se informar. Partilhar. E para os que acreditam em Adão, evoluir para crerem em Jesus Cristo, o que enfrentou o poder, os farsantes religiosos e pregou o amor, segundo as Escrituras que os pastores não leram.
De resto, pensem no Haiti, metáfora de Caetano e Gil, ele não é aqui, porque aqui não tem terremoto, tsunami, mas tem canalhas até a tampa, subservientes aos políticos farsantes, que são subservientes aos donos das coisas.
Estudar é a palavra-chave para Libertação. Alguns conseguem se libertar, outros não. Falta solidariedade de gênero e raça humanos em muitos subservientes, acomodados ao seu modo egoísta de existência rala. São simples farelos de pessoas sem caráter e sem compaixão. CARLOS GILDEMAR PONTES
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