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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

CIRO GOMES AFIRMA EM ENTREVISTA AFIRMA QUE, JOSÉ SARTO IRÁ PARA O SEGUNDO TURNO E VENCERÁ AS ELEIÇÕES

Por ipuemfoco   Postado  quinta-feira, setembro 19, 2024   Sem Comentários


                   Veja alguns trechos da entrevista.

O Otimista: Como você tem avaliado o resultado das pesquisas eleitorais?

Ciro Gomes: Eu não me comovo muito por pesquisa não, porque eu tenho tanta vivência, tanta experiência, que mais ou menos sei como é que as coisas estão caminhando. O que nós imaginávamos, mais ou menos, está acontecendo com pequeníssimas variações que eu acho que vão ser corrigidas agora nessa etapa próxima.

O Otimista: O que isso quer dizer?

Ciro Gomes: Quando você coloca os Sarto contra cinco candidatos, o que vai acontecer naturalmente? O Sarto é o prefeito, os outros cinco querem ser prefeito. Então, principalmente nesses tempos de polarização, de despolitização, de demagogia rasteira, de corrupção generalizada, qual é a característica? É botar defeito na situação e se oferecer de salvador da pátria e aí você vê essas características.

O Otimista: E como isso tem feito?

Ciro Gomes: Todos eles falam mal do lixo, falam mal da saúde, não é porque é de testemunha, nenhum deles conhece a cidade, nenhum deles passou, nem sequer remotamente, em qualquer lugar da cidade. Fazem pesquisa e o marqueteiro diz: olha o povo está se queixando de saúde, de segurança, não sei o que e tal. Então, bota defeito, responsabiliza o cara que está aí e depois começa a outra etapa da demagogia.

O Otimista: E qual seria?

Ciro Gomes: Vou acabar com multa, vou acabar com a arrecadação da taxa do lixo, vou acabar com a arrecadação do alvará. É uma coisa chocante porque a presunção disso é que todos nós somos um bando de imbecis, e que eles vão fazer isso. Vão acabar o dinheiro e vão aumentar gravemente a oferta. Eu vou fazer crédito para todo mundo, do dia para noite, vou fazer o problema da saúde ser resolvido do dia para noite. E a população vai ver isso? Claro que uma parte cai, porque está com o filtro da estupidez, do ódio, da paixão.

O Otimista: Você avalia que as pessoas acabam acreditando?

Ciro Gomes: O camarada Lula pode andar pelado na rua, bater na mãe, chamar Jesus de palavrão e o cara é lulista fanático. Isso daí dá uns 25% ou 30% e tal. Por isso que o Evandro, que nunca deu um dia de serviço ao povo, que é uma pessoa que não resiste, tão fraco que é incompetente, despreparado, foi tirado do PDT, o meu partido, ontem, para destruir o PDT pelo projeto de ditadura que Camilo Santana está implantando no Ceará, a custa de muita corrupção, muita roubalheira. Eu sou um cara muito responsável, muito sério e não tem quem me cale.

O Otimista: E por qual motivo a candidatura do Sarto seria a melhor opção?

Ciro Gomes: A população de Fortaleza vai ver que, com todos os problemas, com todas as dificuldades e muita humildade, o Sarto é a melhor solução. Porque ele chama o debate para onde tem que ir. Ele está propondo que a mudança não pode parar. O que quer dizer isso? Quer dizer que o Sarto reconhece a necessidade de mudança. A saúde pública não está em um nível ótimo, nem satisfatório. Mas vamos lá: quem é que tem moral para isso? É o candidato de um governo que não fez um leito de hospital na cidade, que não paga o convênio do IJF? Quem responde por quase metade da demanda do IJF, que é o maior hospital de Fortaleza e que quem paga é o contribuinte de Fortaleza.

Ex-governador Ciro Gomes (PDT) durante entrevista a TV Otimista. (Foto: Nicolás Leiva)

O Otimista: E por qual motivo isso ocorre?

Ciro Gomes: Porque os hospitais regionais do interior estão entregue à política, estão com 30%, 40%, 50% de capacidade instalada, ociosos e a população desce para cá. O Sarto fez 26 postos de saúde. Aí você pergunta é muito? É pouco? É mais ou menos? O Roberto Cláudio, em oito anos, fez a maior revolução na saúde, fez 22. O Sarto fez 24 em 4 anos. O PT governou Fortaleza em oito anos e fez um. A pergunta é: a conversa fiada do ‘rapacú’, que é como o povão que está chamando, um bolsonarista que depois de usar o Bolsonaro para se apresentar pro povo, esquece o Bolsonaro no debate aqui do O Otimista. O André assistiu a turma chamar o Bolsonaro de ladrão de joia, não defendeu o Bolsonaro uma vez, porque quer enganar as pessoas, porque o núcleo que é sensível ao Bolsonaro é 15% ou 16%, ele agora não quer ser bolsonarista, sendo bolsonarista. É uma grande enganação e nós acreditamos que essa cidade não se deixará enganar. Acho que o Sarto vai ganhar a eleição.

O Otimista: Qual a síntese você faz do debate do O Otimista?

Ciro Gomes: Primeiro, a maior vergonha que eu já assisti na minha longa vida pública. São mais de 40 anos. Eu nunca vi na minha vida uma ordem judicial para retirar um candidato, não é qualquer um. Tirar um senador da República, meu adversário, do meio do debate. Nós não podemos nos calar diante disso. Fui olhar quem preside as eleições municipais, é um juiz singular. Um juiz singular, obviamente, garantiu a presença do Girão. As assessorias de todos os candidatos que podiam, eventualmente, vetar estiveram aqui reunidas, eu investiguei para fazer essa denúncia e ninguém vetou Eduardo Girão. Soube que o juiz singular garantiu a presença conforme manda a lei. Quem o tirou foi um membro do Tribunal Eleitoral, pelo telefone, que vem a ser primo legítimo de Chiquinho Feitosa, que vem a ser uma dessas pessoas envolvidas nessa estrutura de roubalheira em que se transformou no governo do estado do Ceará. Assim não dá.

O Otimista: E as demais impressões do debate?

Ciro Gomes: Depois, o que acho é que o debate acabou permitindo impunemente que os oportunistas fizessem o seu teatro. O PC (mediador Paulo César) sorteava ‘vamos falar de infraestrutura urbana’, o candidato André Fernandes, que não sabe de coisa nenhuma, passava a atacar o Capitão Wagner, se fazendo de vítima. O PC Norões ali estava e ali ficou, podia ter dito à coordenação da campanha, embora o candidato pudesse, devesse fazer, mas ficou todo mundo falando o que queria falar. Por oportunismo que ele acha e aí fica a lacração, corta os pedacinhos, bota na internet e fica o danadão do debate. Mas no fim, foi positivo porque após três horas longas de debate, quem teve paciência, como eu de ver do começo até o fim, vai ficando muito claro a falta de nível desses opositores do Sarto e a distinção dele.

O Otimista: E qual seria a principal distinção?

Ciro Gomes: O que tem da crítica ali? O Sarto ausente. Como assim? 26 postos de saúde caíram de Marte ou era o Sarto que estava trabalhando? 800 ruas que foram urbanizadas na periferia desceram de Mercúrio, de Vênus ou da Lua? Não, era o Sarto lá trabalhando. O Sarto é uma pessoa recatada, tímida e isso antigamente era virtude. E uma coisa, por exemplo, era o Sarto ter ido lá pro show do Roberto Carlos, que ele trouxe para cá para cantar para o povão, no maior Réveillon do país. Bombou emprego para todo mundo, renda. Eu fui lá no dia e ele podia, perfeitamente, ter subido no palco, ter mandado um beijo para população e tal. Ele ficava lá embaixo, junto com todas as outras pessoas. Se discrição, modéstia e timidez for defeito, então é melhor votar nesses exibidos que para aparecer fazem qualquer negócio: cheirar sal como se fosse cocaína, dando exemplo para meninada, é isso que estão querendo transformar e a política no Brasil e no Ceará.

O Otimista: Acha que faltou uma comunicação?

Ciro Gomes: Talvez se o povo de Fortaleza não souber me cobre, eu sou obrigado a saber. Nós estamos propondo que a mudança não pode parar. Me pergunte sobre a taxa do lixo. Primeiro, vamos combinar uma coisa: quem não pagar a taxa do lixo em Fortaleza vota no Sarto, quem pagar vota nos outros. Por ordem de uma lei federal, isso é a imprensa que tem que ajudar o povo a esclarecer, porque estão mentindo. Por ordem que é o marco regulatório do saneamento básico, todos os municípios têm que ter sustentabilidade econômica, olhando a questão da taxa do lixo, receita x despesa. Sabe quanto é a despesa com lixo na nossa cidade? R$ 600 milhões por ano.

O Otimista: Que poderiam ser investidos em outra coisa?

Ciro Gomes: Seiscentos milhões de reais estão indo para o lixo. A senhora que precisa de saúde, que precisa de infraestrutura, de reforço da segurança, a gente tira o lixo e gasta R$ 600 milhões por ano. É assim que se trata, infelizmente, que nem na vida de todo mundo. Só nessa brincadeira de mau gosto em que esses politiqueiros querem transformar a disputa é que a gente pode perdoar isso. A lei manda cobrar e o que o Sarto faz? Conhecendo a desigualdade da nossa cidade? Isenta 70 de cada 100 domicílios da cidade.

O Otimista: Como você avalia esse atual contexto das candidaturas na política brasileira?

Ciro Gomes: Isso está acabando com a democracia brasileira. Isso vai matar a democracia brasileira e eu ainda estou dizendo vai porque eu sou otimista, um esperançoso. A meu juízo, neste momento, já não há mais democracia no Brasil no sentido do poder real se exercer em nome de uma representação popular fiel. Concretamente, os problemas do povo brasileiro nesse momento são segurança pública, saúde e educação, já lá longe nas emergências populares.

O Otimista: E quanto ao Congresso Nacional?

Ciro Gomes: Você tem uma grande pandemia de incêndio no país, 180 mil focos de incêndio, e o Congresso Nacional está discutindo um assunto que não tem nada a ver com nenhum desses assuntos. Isso é um é um sintoma dramático. E isso é a causa do que está acontecendo. O que está acontecendo no Brasil? A polarização entre o Lula e o Bolsonaro é despolitizada. Ela mantém, substantivamente, o modelo de organização econômica do país, taxa de juros, superávit primário, meta de inflação, câmbio flutuante, autonomia do Banco Central, estou falando de coisa prática, tudo rigorosamente a mesma coisa.

Ex-governador Ciro Gomes (PDT) durante entrevista a TV Otimista. (Foto: Nicolás Leiva)

O Otimista: E o que há de diferente?

Ciro Gomes: A distinção entre o Lula e o Bolsonaro é a disputa dos evangélicos nos temas religiosos e morais. Você pega um assunto que não tem solução, tipo aborto. O aborto é um problema sem solução se o ambiente for moral e religioso. Porque se tu acreditas na Bíblia, na qual eu acredito, a vida é um dom de Deus e tu não podes dispor dela. Pronto, acabou a discussão! É uma ordem de Deus, quando a ordem é de Deus, não é a política que vai resolver. Como é que o mundo está tentando resolver essa insolúvel questão: Trazendo a inteligência para o assunto.

O Otimista: E como seria essa resolução?

Ciro Gomes: Vamos respeitar as nuances do processo. Chegamos em 1940. Uma lei que determina os casos excepcionais, preserva a vida, proíbe o aborto, mas excepcionaliza questões dramáticas de vida ou literalmente. É o caso de um feto anencefálico, no caso de uma mulher vítima de um estupro, vai carregar um filho indesejado que foi produzido por violência, isso é uma coisa absurda. Embora você pudesse claramente fazer um esforço adicional com a ordem pública, a religião, todo mundo podendo ajudar de olhar uma adoção, enfim, eu estou dando um tema prático, mas tem outros. Repare esses assuntos são territórios da especulação e a internet é o território sem dono, onde cada um faz o que quer.

O Otimista: No contexto geral, o eleitor está cada vez mais indeciso por conta da ausência de candidatos que correspondam ao que esperam de um gestor público?

Ciro Gomes: A proporção disso é única na história da política brasileira. Nós já tivemos coisa semelhante com o professor Moraes, me lembro até do número, era um fenômeno publicitário e a propaganda dele era uma calcinha de mulher, mas era uma exceção. Hoje nós temos dois candidatos no campo da direita, meio bolsonaristas ou enganando que não são - ou que foram, mas não são mais - que é o André Fernandes e Capitão Wagner. Qual é a realização destes senhores para qualificar-se para ser o prefeito da maior cidade do Nordeste, sob o ponto de vista econômico? Isso significa oportunidade de trabalho, renda, verba publicitária, tornando o jornalismo um pouquinho mais independente e tirando da dependência do dinheiro público, que são corruptores hoje no Estado.

O Otimista: Esse cenário ocorre em nível nacional?

Ciro Gomes: Repare a proporção disso, o que me chama muita atenção. Veja que está acontecendo em São Paulo, o Nunes é um cara que vem de ser orgânico. O Boulos é um cara, chamado de político tradicional, mas o Boulos é orgânico. Acho que não tem nenhum preparo para ser prefeito, acho que não tem. Inclusive, entrou na política por conta de homenagear esse identitarismo e agora está se desfazendo de tudo isso. Eles não percebem o quanto isso fica falso para as pessoas porque para serem deputados eles são extremamente visíveis, popularescos e fazem todo tipo de aberração, na internet. A partir daí você ganha uma atenção e milhões de pessoas viram, 50 mil votam. Esses 50 mil estão pensando: ‘quer saber, daí não sai nada, são um bando de pilantra. Política virou essa sujeira mesmo eu quero votar nesse cara, nem que seja para ir lá esculhambar tudo’. Essa é a sensação de autodestruição de uma fração importante da sociedade.

O Otimista: Isso se aplica ao contexto do Ceará?

Ciro Gomes: Temos aqui um cara que é acusado de três coisas: uma, taxa do lixo; duas, ausência; três, saúde. Cadê a corrupção do Sarto? Por que os adversários do Sarto não dizem ‘ah o escândalo tal, roubou, não sei a onde’, como eu estou dizendo aqui que o Evandro Leitão contratou sem licitação uma firma, mentiu em plena ordem pública aqui no debate da (TV Otimista) e o jornal não desmentiu ele no dia seguinte que o Tribunal de Justiça contratou sem licitação, não é verdade. Quem contratou foi o Camilo Santana, com seu Quintino, na SOP. Virou caixa automático da roubalheira. Eu tenho nome da empresa, isso é concreto. O dinheiro que se rouba do povo é o que falta para trazer médico e que falta porque dinheiro não nasce em árvore não.

O Otimista: Sobre as falas dos adversários de Sarto ser ausente, como você avalia?

Ciro Gomes: Um camarada que é acusado de ser ausente, sendo um cara que vacinou todo mundo. A notícia da vacina é só para lembrarmos para as pessoas que tem uma hora trágica que tinha morrido dez mil pessoas no dia que o Sarto assumiu e foi para cima. Ele mesmo, como médico, aplicando vacina pra dar exemplo, chamando as pessoas. Enquanto isso, o André Fernandes estava dizendo que a vacina dava rabo de jacaré, que a pessoa podia virar, preconceituosamente, gay. Isto é a verdade. Bota esse cara na prefeitura, quem perde é o povo.

O Otimista: O Sarto vai estar no segundo turno?

Ciro Gomes: Seguramente e dali ganha a eleição.

O Otimista: De onde vem essa convicção?

Ciro Gomes: Eu leio, pesquiso, conheço a minha cidade.

O Otimista: Ele está no terceiro, quarto, lugar.

Ciro Gomes: A juízo de quem? Eu tenho um agregador de pesquisa, se você quiser lhe mostro e ele está inconsistente em segundo lugar, bem razoável. O agregador pondera as coisas, porque o que as pessoas não sabem é que a pesquisa foi corrompida. E você não precisa corromper pelo explícito, pela compra explícita do instituto que também está à venda. Nesse país de corruptos? Também está à venda.

O Otimista: Todas?

Ciro Gomes: Não, todas não, mas boa parte está. No agregador de pesquisa, ponderamos o tamanho da amostra. O Datafolha desce em uma cidade como Fortaleza e faz 800 entrevistas, anuncia em uma letrinha pequenininha que ninguém lê que ele tem uma margem de erro de três. Em ‘empatão’ geral. (....) Repare, o Evandro, que tem essas muletas, com a capacidade do Lula tem 25% ou 27% dos votos de Fortaleza, bate na mãe e tal, o Evandro é tão ruim que não conseguiu chegar.


Ex-governador Ciro Gomes (PDT) durante entrevista a TV Otimista. (Foto: Nicolás Leiva)

O Otimista: Evandro participou durante muito tempo do seu grupo político. Em que o PDT pecou para que ele seja essa figura, na sua visão, “incompetente”?

Ciro Gomes: Não, nós não pecamos propriamente. O Evandro é um político do Legislativo em processo de treinamento. Eu fiz isso com todo mundo.

O Otimista: Em quanto tempo esse treinamento dura?

Ciro Gomes: Depende de como você se desenvolve. O que aconteceu com o Evandro? Primeiro ele começou a gostar do poder. Segundo, começou a usar a Assembleia Legislativa como uma ferramenta de autopromoção. Só no Ceará uma Assembleia Legislativa distribui eletrodoméstico, distribui quentinhas. ‘Não o povo está com fome’. É papel da Assembleia Legislativa, do Poder Legislativo, distribuir e só distribuir para o povo faminto da Capital onde ele pretendia ser candidato? Essa é a primeira questão e a seguinte: é um traíra. Deu a palavra que seria presidente uma vez. O Camilo me traiu, pegou ele e quebrou o compromisso, tirou ele do PDT. Ele foi eleito por nós, só foi presidente da Assembleia porque era o representante da maioria dos deputados, só é presidente da Assembleia porque ele era o representante da maior bancada que é a nossa do PDT eleita pelo povo. E nos traiu. Por qual valor, por qual virtude? Gula, corrupção. Agora avançou e essa coisa da covardia dele nós denunciamos na época por favor, a covardia dele de ficar contra uma CPI [do Narcotráfico] que aliás foi proposta pelo PT.

O Otimista: A beligerância que está marcando a disputa entre os campos ideológicos pode prejudicar de alguma forma os apoios para eventual 2º turno?

Ciro Gomes: Não creio, porque tem duas coisas: primeiro é cada dia com a sua agonia. Quando tem um grande empate, o que está acontecendo mesmo é uma espécie de grande empate e, quem tem consistência vai sobreviver. Os ataques começaram a se multiplicar porque eram cinco contra o Sarto. O que significa isso? Todos achavam que o Sarto era um favorito. De repente, surgiu o André, aparentemente em um crescimento em que 99% dos votos que captura, sai do Capitão. O Capitão finalmente acordou, porque tem uma disputa nesse campo bolsonarista.

O Otimista: E qual o campo do Sarto nessa disputa?

Ciro Gomes: O universo do Sarto é outro. O universo do Sarto é da força, dado que ele é o incumbente, é o prefeito. O Sarto tem que prestar conta do que fez e mostrar o que pretende fazer. Não tem outra saída para o Sarto. E não é bom que seja, porque se o debate fosse isso, o Sarto é o maior realizador. Quer dizer que a cidade é um paraíso, está um céu? Não, mas nós chegamos ao ponto em que nós somos referência nacional em educação, em transporte, mobilidade, uma série de coisas. A maior quantidade de matrículas em tempo integral, que não tinha nenhuma. Tudo isso está em risco de ser perdido. A nossa questão é que gostaríamos de propor ‘a mudança não pode parar’. A mudança é o quê? 100% das consultas de saúde pública de Fortaleza eram obtidas não na porta do posto de saúde, mas na casa do vereador com a ficha. Hoje isso foi profissionalizado. Fortaleza não tinha uma única matrícula em tempo integral. Hoje nós estamos universalizando até o 6º ano e a proposta é universalizar até o 9º ano. Percebe? Tem coisas práticas, para nós esse é o debate que importa. É desideologizado? Não.

O Otimista: Você acha que Evandro e André estão evitando confronto neste 1º turno?

Ciro Gomes: Recupere no YouTube o debate e veja o jogo combinado dos dois. Porque o Evandro e o Camilo têm pesquisa como nós temos também, que o André Fernandes não aguenta um segundo turno. Se ele for confrontado, seja quem for, todo mundo vai mostrar a maluquice que esse cara representa, o estelionato que esse cara representa. A mentira de que o cara é anti-sistema, sendo um cara do esquema do Bolsonaro, que é rachadinha, roubalheira. Não que ele tenha isso, não que ele esteja na rachadinha e na roubalheira ainda.

O Otimista: Caso Camilo Santana não obtenha sucesso nas candidaturas que são consideradas importantes como Fortaleza e Juazeiro do Norte, ele perde protagonismo político no Ceará?

Ciro Gomes: Eu não serei imodesto em dizer que eu criei o Camilo Santana. Criei e digo por quê? Eu tinha uma preocupação grave com o processo de discriminação que o Cariri sentia em relação à política do Estado. Só tinha tido um governador, na época da ditadura, que era o Adauto Bezerra e nunca mais. Então veio Lúcio Alcântara, de São Gonçalo; eu, de Sobral; Cid, de Sobral; Tasso, de Fortaleza; e o Cariri tinha esse ressentimento. Nós trabalhamos muito no Cariri, mas eu senti esse ressentimento. Peguei, por exemplo, o Zé Arnon. Trabalhei com ele por um tempo. Preparei o Zé Arnon, mas se perdeu no caminho. Se enrolou com negócio de emenda, não sei o quê, revelou que não tinha nível.

O Otimista: E quanto ao Camilo?

Ciro Gomes: O Camilo tinha perdido a eleição para prefeito de Barbalha duas vezes, na terra dele, onde o pai dele praticou um gravíssimo estelionato contra muita gente. Até hoje as pessoas me procuram, que é negócio da Ceasa, por causa disso a memória é trágica. E perdeu a eleição duas vezes. Mas ainda assim era uma pessoa que parecia honesta, parecia decente, parecia ter espírito público, e começamos a prepará-lo. Ele foi se revelando uma pessoa talentosa, não que já não tivesse indícios ali, mas você sabe quando o pai não quer ver defeito do filho? Começou o que aconteceu comigo. O Camilo, por exemplo, entrou em um escândalo monstruoso dos banheiros aqui no Ceará. Quem foi cuidar disso, resolver o problema fui eu como advogado. Porque na minha crença ele não estava enrolado lá. Até hoje acredito nisso, mas deixou roubar, eu percebi depois.

O Otimista: Você ajudou na campanha para governador?

Ciro Gomes: Quando ele vira candidato a governador, o Lula que é o hoje o amor da vida dele, apoiou o Eunício Oliveira. E quase derrota o Camilo no nascedouro. Quem foi encarregado de encarar o problema? Foi eu, de novo. Herdei 86 processos do Eunício Oliveira só falando a verdade. Esses processos todos são porque eu falo o que eu faço aqui e eles querem me calar. Agora, eu provo que eu digo.

O Otimista: E o que aconteceu para que houvesse esse rompimento com o Camilo?

Ciro Gomes: De repente, o Camilo se vende por um cargo de ministro, Lula quer me derrotar, conseguiu. Por quê? Porque eu jamais imaginei que um cara, por quem eu fiz o que eu fiz, fosse enfiar a faca nas minhas costas, com o apoio do meu irmão.

O Otimista: A vitória ou derrota do Sarto vai influenciar na relevância do seu grupo político na próxima eleição?

Ciro Gomes: Primeiro, eu nunca tive grupo. E nem quero ter e não terei mais a futuro.

O Otimista: Mas política não se faz em grupo?

Ciro Gomes: Mas eu não quero mais ser. Só quero ter clareza, eu não quero mais nada para mim. Já disse para minha mulher: ‘se algum dia ela me ver inclinado a ser candidato, compre uma camisa de força. Eu perdi a crença, não acredito mais nessa mentirada toda em que se transformou a politicagem do Brasil. Acho que a minha tarefa, neste instante, é colaborar.

O Otimista: Existe um novo quadro político para liderar o Ceará?

Ciro Gomes: O quadro que estou falando é o Roberto Cláudio. Nós lançamos esse cara para governador, porque tinha sido o maior prefeito da história de Fortaleza, sem um escândalo, como Sarto também não tem. Roberto Cláudio é um novo líder desta corrente, deste conjunto de valores de um Ceará moderno que eu e o Tasso estamos tentando restaurar. Veja o que eu estou falando: o Porto do Pecém que nós fizemos; o Aeroporto Internacional que nós fizemos; o saneamento básico de Fortaleza que nós fizemos; o Castanhão que nós fizemos; o Canal do Trabalhador que nós fizemos; 3.600 quilômetros de estrada que eu fiz. Compara essa realização nossa com esses caras. Estão arrebentando o Ceará. Isso as pessoas não querem ver, mas o futuro vai dizer.

O Otimista: O Evandro não é o candidato ideal?

Ciro Gomes: O Evandro ficou contra uma CPI [do Narcotráfico] que ia apurar o mais grave problema da cidade. Ou seja, a intrusão do narcotráfico, das facções criminosas na política. Não é coincidência isso. A coordenação da campanha do Evandro, na parte de tomar dinheiro, é um camarada citado em uma investigação que é o atual prefeito de Chorozinho, ligado a uma facção criminosa altamente poderosa. Digo logo o nome: PCC. Um tenente da Casa Militar está preso hoje. Sabe o que é Casa Militar? É a elite da Polícia Militar, que o governador recolhe para a segurança dele próprio, da sua família. É a nata da nata da confiança do governador. Um tenente da Casa Militar está hoje preso aqui no 5º Batalhão porque foi preso pela Polícia Federal como chefe da logística do PCC no Brasil. A partir daqui do Ceará, porque o PCC transferiu para o Ceará o seu comando estratégico. Isso pode ser tudo coincidência, mas é a investigação que ia resolver isso. O Evandro presidente da Assembleia hoje, manipulando os orçamentos da Assembleia, contratando sem licitação, a roubalheira generalizada. Também tenho o nome da empresa, tenho o contrato. Ele mentiu no debate do O Otimista dizendo que fez igual ao Tribunal de Justiça. Se eu fosse o presidente do Tribunal de Justiça, o honrado desembargador Abelardo, faria interpelação judicial a ele, porque ele mentiu. Quem contratou sem licitação também, a mesma empresa que virou caixa automático desse esquema de roubalheira que se transformou o PT do Camilo Santana no Ceará, foi a própria Secretaria de Obras do Estado, que contratou também a mesma empresa sem licitação. Um incêndio, também pegar fogo no Tribunal, pegar fogo e ninguém quer investigar nada. Resolve tudo com Lula, Camilo e Elmano. Ele mesmo é um fraco. Então, repare: o camarada que é coordenador da campanha, o prefeito Chorozinho é citado numa investigação da Polícia como quem ia fazer parte formal, protocolar, do crime organizado no Ceará, de uma facção. Um tenente chefe da logística do PCC que está preso aqui, era da Casa Militar e braço direito da Janaína do cerimonial do Camilo. Isso não sai da imprensa do Ceará. Isso é uma vergonha, isso é uma vergonha que nós precisamos.... eu sei que os constrangimentos, nós somos um estado pobre, dos órgãos de comunicação são todos muito frágeis e vulneráveis. Ou a gente cumpre esse dever que é o que eu estou cumprindo...... Aí eu fico chato, mas vou contar a história.


RP: O SEU ENCONTRO COM O JORNALISMO SÉRIO E INDEPENDENTE É NA RÁDIO PALHANO WEB,COM O RADIALISTA ROGÉRIO PALHANO,A PARTIR DAS 12;00 HORAS, DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA.

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