A oposição ao governador Elmano de Freitas (PT) no Ceará tem nomes de relevância no cenário político local, mas
enfrenta um problema central: a dificuldade de construir unidade.Diferentes grupos disputam o protagonismo e, até aqui, não há uma sinalização clara de que os principais líderes oposicionistas conseguirão superar divergências para formar uma chapa majoritária competitiva.
A falta de coesão, apesar das tentativas de mostrar proximidade, tem sido um entrave para transformar a insatisfação de parte do eleitorado em um projeto político viável.
Os nomes mais visíveis desse bloco são Capitão Wagner (União Brasil), Roberto Cláudio (PDT) e André Fernandes (PL). Wagner, que já disputou o Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza, é uma liderança consolidada no campo da centro-direita, mas tem enfrentado resistência dos bolsonaristas, que o acusam de flutuar entre grupos políticos conforme a conveniência eleitoral.
Já Roberto Cláudio, que passou para o campo oposicionista após o rompimento entre PT e PDT em 2022, ainda precisa conquistar o eleitorado que rejeita o atual grupo governista, além de conseguir construir convergências entre os novos aliados unidos pelo inimigo em comum.
André Fernandes, por outro lado, é um dos principais expoentes do bolsonarismo no Ceará e, até o momento, não demonstra aceitar algo que não seja um protagonismo do PL em 2026.
PL lidera a oposição
O peso eleitoral no campo oposicionista está claramente no PL, partido que hoje lidera a ofensiva contra Elmano e o PT. O desafio à construção é que, além de defender um nome próprio para o Governo, os bolsonaristas também querem impor um candidato ao Senado, o que reduz as possibilidades de composição com outros grupos.
As posições destas lideranças são tão heterogêneas que o eleitor de Fortaleza não compreendeu a união das forças. Mesmo com o apoio de Wagner e Roberto Cláudio no segundo turno, André Fernandes foi derrotado na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, evidenciando a dificuldade de unir forças.
O governo Elmano, por sua vez, mesmo com os conhecidos desafios em áreas como saúde e segurança, mantém uma base parte ideológica, parte pragmática que não dá sinais de ruir até 2026, ano em que o governador vai concorrer à reeleição.
A oposição, por outro lado, segue dispersa, sem uma estratégia clara e sem uma candidatura natural que una os diferentes segmentos que rejeitam a atual gestão. PONTO DO PODER
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