2026: ARTICULAÇÕES NACIONAIS EMBARALHAM O XADREZ POLITICO DO CEARÁ

As articulações nacionais entre os principais partidos políticos do país estão adicionando um ingrediente de incerteza à

formação das alianças para a eleição estadual de 2026 no Ceará. 

Um pouco mais de um ano e meio do pleito, o cenário segue marcado por costuras locais tímidas e expectativa em torno dos movimentos que ocorrem em Brasília, com potencial de impacto direto nas disputas regionais. 

O governador Elmano de Freitas (PT) lidera um governo sustentado por uma base partidária ampla e heterogênea. Integram essa aliança siglas como PT, PSB, PP, PSD e Republicanos, além de quadros de partidos que formalmente ocupam o campo da oposição, como o PDT e o União Brasil.  

A configuração, que garantiu governabilidade ao petista em seu primeiro mandato, enfrenta desafios para se sustentar em 2026, caso os partidos refaçam seus vínculos em função das movimentações no plano federal. 

‘Superlegenda’ pode mexer com o arco de alianças 

O exemplo mais emblemático é a possível federação entre a União Brasil e o PP — articulações que têm avançado sob o comando das executivas nacionais e que, se confirmadas, criarão uma ‘superlegenda’ com musculatura para influenciar diretamente na sucessão presidencial.  

A fusão ou federação, no entanto, também terá repercussões nas alianças estaduais, com impacto no Ceará. A depender dos arranjos, antigos aliados podem se tornar adversários. 

No centro, PSD pede se dirigir aos dois campos 

Outro ponto de atenção é o PSD. A sigla, que hoje integra a base do presidente Lula, vive um dilema de identidade. Seu presidente nacional, Gilberto Kassab, comanda a articulação política e a Secretaria de Governo, na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo — nome hoje cotado como uma alternativa de direita para a corrida presidencial, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro esteja mesmo fora do páreo. 

Nos bastidores, analistas políticos ponderam que Kassab pode liderar o PSD a uma composição mais à direita em 2026, acompanhando uma eventual candidatura de Tarcísio. Ainda assim, o partido mantém, ao estilo de centro, pontes abertas com o PT, podendo inclusive indicar um nome para compor uma chapa com Lula, a depender da conjuntura. 

Essa indefinição nas cúpulas nacionais afeta diretamente a costura das alianças no Ceará. Dirigentes locais seguem em diálogo, mas evitam movimentos definitivos diante das incertezas. O temor é apostar em alianças que, mais à frente, se tornam insustentáveis por conta das exigências de federações ou coligações verticais. 

A disputa de 2026, portanto, caminha para ser moldada não apenas pelas forças locais, mas por decisões tomadas em Brasília, o centro do poder nacional. PONTO DO PODER

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