Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) reuniram-se na tarde deste domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo, para um ato
a favor da anistia aos condenados pela invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. O ex-presidente e outros sete aliados tornaram-se réus por tentativa de golpe de Estado, após votação da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em 26 de março.O projeto de lei que anistia os condenados pelo 8 de Janeiro é defendido por parlamentares do partido do ex-presidente e ainda não tem previsão de ser pautado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).
Cálculos do grupo de pesquisa “Monitor do debate político”, da Universidade de São Paulo (USP), feitos com base em imagens aéreas, apontam que 44,9 mil pessoas participaram da manifestação. A margem de erro é de 2,2 mil pessoas para mais ou para menos.
O ato também contou com a participação dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ratinho Junior (PSD), do Paraná; Wilson Lima (União Brasil), do Amazonas; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Mauro Mendes (União Brasil), de Mato Grosso; e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina.
Parlamentares e outras autoridades, como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o deputado Nikolas Ferreira (PL) e a vereadora de Fortaleza Priscila Costa, vice-presidente do PL Mulher, também estiveram presentes. Foi ela quem deu início ao protesto, por volta das 14h, com uma oração.

Uso de batom como símbolo
Durante o evento, houve falas contra o STF, como nos discursos de Nikolas Ferreira — que chamou os ministros de “ditadores de toga” — e de Bolsonaro, que também criticou o presidente Lula (PT). Segundo informações do Uol, na maior parte do tempo em que discursou — cerca de 25 minutos —, o ex-presidente defendeu a própria inocência e eventual candidatura em 2026, apesar de seguir inelegível até 2030.
Ao falar, o ex-presidente esteve ao lado de familiares da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, acusada pela Procuradoria Geral da República (PGR) de pichar a estátua “A Justiça”, que fica em frente ao prédio da Suprema Corte, com um batom durante os atos de 8 de janeiro de 2023.
Essa não foi a única referência à cabeleireira, que estava presa preventivamente e teve a prisão domiciliar aprovada pelo ministro Alexandre de Moraes. Em cima de um trio elétrico e ao lado de Jair Bolsonaro, Romeu Zema, do pastor Silas Malafaia e de outras pessoas, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu “anistia humanitária” aos condenados pelos ataques. Segurando um batom, ela saiu em defesa de Débora.
O acessório também foi utilizado como símbolo do pedido de anistia pelo público, com pessoas segurando batons e batons infláveis. Débora foi presa na oitava fase da Operação Lesa Pátria, que foi deflagrada pela Polícia Federal em março de 2023 e investigou os radicais e os financiadores dos atos de vandalismo em Brasília.
A PGR atribui cinco crimes a Débora: golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação de Débora, cujas penas somadas passam de 14 anos de reclusão. A análise do caso está suspensa após o pedido de vistas do ministro Luiz Fux, que divergiu da dosimetria da pena imposta por Moraes, que é o relator. Cristiano Zanin e Cármen Lúcia também irão votar no processo.
Segundo O Globo, os manifestantes também levaram um “varal de mártires”, com fotografias de pessoas presas. O ato contou com músicas originais, em diferentes estilos, que negaram a existência de tentativa de golpe.PONTO DO PODER
ACOMPANHE NOSSAS REDES SOCIAIS-
0 comentários:
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.