O aumento do preço da gasolina nas bombas de combustível já está impactando no bolso do consumidor.
O POVO percorreu, ontem, onze postos da Capital e constatou que os valores do combustível oscilam entre R$ 2,89 e R$ 2,99. Pegando carona na alta, o etanol varia de R$ 2,39 até R$ 2,59. O litro da gasolina supra (aditivada), em alguns estabelecimentos, era vendido por até R$ 3,06.
Gerentes de postos e frentistas afirmam que na segunda-feira passada receberam a notícia do aumento. Um funcionário de um posto da Aldeota informou que o repasse era esperado.“Ainda falei com o dono do posto para segurar o preço por um ou dois dias.
A determinação era que o preço fosse alterado de imediato. Os clientes que estavam abastecendo ficaram surpresos enquanto mudávamos os números das tabelas”, destaca o funcionário.
O ajuste nos preços, estima o eletrotécnico Alexandre Fernandes, comprometerá uma maior fatia do orçamento. “Terei de desembolsar, em média, mais R$ 30 para ir ao trabalho”.
O assessor econômico do Sindicato dos Postos de Combustível do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa, acredita que os aumentos são pontuais. “Na minha opinião, trata-se de um alinhamento de reajustes anteriores que estavam represados”.
Segundo ele, o aumento de 9% sobre a gasolina pura, em janeiro, não foi repassado integralmente às bombas em alguns postos. “Esse aumento contempla determinados postos, mas não o mercado todo”. Outro problema que pode ter contribuído foi um repasse da Petrobras, em abril, favorecendo a mudança de preços.
Repasse
A Petrobras afirma não existir repasse de preços com base em adequações de mercado ou custos logísticos. Destacou que carregamento e a distribuição da gasolina aos postos estão normais. E reforça:
“Os preços finais são livres na bomba, determinados por cada revendedor a partir de sua estrutura de custos fixos e variáveis, sem qualquer ingerência das distribuidoras”.
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidores de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) argumenta que não é de sua competência os aumentos constatados nas bombas.
“O Sindicom não comenta os preços dos combustíveis, pois não possui ingerência sobre fatores que influenciam nas suas variáveis, respeitando as premissas de mercado livre” informou por nota.
A distribuidora ALE informou, também por nota, que tem concentrado esforços em ampliar sua rede de postos para buscar melhorias contínuas no atendimento à rede revendedora já existente. A SP Combustíveis e a Ipiranga também foram procuradas, mas não se pronunciaram até o fechamento da edição.